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Archive for dezembro \31\America/Sao_Paulo 2018

Brasileirão-2018-taça

Nossa de novo. Foto: Rafael Ribeiro

Antes do blog entrar em um estado latente, fruto dos irrelevantes porém necessários outros compromissos dos editores, fazíamos todo ano uma pequena retrospectiva da ~emio temporada (você pode conferir todas as anteriores aqui). Em 2017 já não fizemos, até porque não foi um ano lá de grandes recordações. Porém, se não tivemos tempo de fazer o do ano do deca, vamos ao menos a uma parte que costumava aparecer constava: os cinco jogos marcantes do ano.

Vale um aviso antes da lista: um jogo marcante não é necessariamente uma vitória. Na relação de 2016, por exemplo, entrou a derrota para o Botafogo no primeiro turno do Brasileiro, pois foi a partir dali que Cuca reviu o modo de atuar do Palmeiras, que então rumou solidamente para o enea (quem ainda se lembra desse prefixo?).

Sem mais delongas, pois é tarde de 31 de dezembro e o texto precisa ir ao ar antes das sete ondas, eis em ordem cronológica as cinco pelejas que na opinião deste escriba ajudam a entender o 2018 alviverde. Se você discordar – algo natural no universo de 77 partidas disputadas, e mais ainda no universo de uma torcida que discorda de tudo – a caixa de comentários está ao seu dispor.

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Boca Juniors 0x2 Palmeiras (25 de abril)

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Para a história. Foto: Juan Mabromata

O Verdão avançou bastante na Libertadores deste ano, mas, convenhamos, não foram muitos jogos épicos – até a semi fizemos bem o serviço fora de casa e na ida só sofremos uma vez por causa de uma expulsão muito prematura. Neste sentido, em 2017 tivemos muito mais história; tanto as vitórias (Jorge Wilstermann, Peñarol duas vezes) como o fracasso (Barcelona) foram muito mais intensos. Para mim não foi tecnicamente a melhor apresentação sob Roger; este posto cabe ao primeiro tempo do duelo contra o São Paulo no Paulista, um dois a zero perfeito. Mas, para não deixar a campanha na América em branco, fica este belo momento – nossa primeira vitória na Bombonera.

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Palmeiras 3×2 Atlético-MG (22 de julho)

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A última alegria de Roger (foto: Sergio Barzaghi)

Uma síntese da era Roger Machado: um resultado inegavelmente bom (primeira vitória contra o Galo em sete anos) e, tivesse o juiz encerrado o jogo um minuto antes, também uma decepção. Com ele no comando vencemos Grêmio e Boca fora, o São Paulo duas vezes, o Inter futuro 3° colocado do Brasileiro e ainda a ida da final do Paulista, que em condições normais seria uma das cinco escolhas, mas a anormalidade da volta impede sua inclusão. Ao mesmo tempo, fizemos dois a zero no Ceará e sofremos o empate, abrimos o placar contra o Flamengo e sofremos o empate, logo de cara vazamos a meta do Santos e… bom, deu pra entender. O gol de Bruno Henrique valeu três belos pontos, mas manteve a pulga atrás da orelha da torcida verde; no jogo seguinte, contra o Fluminense, a razão ficou clara. Não havia mais como segurar o treinador.

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Palmeiras 3×1 Cruzeiro (30 de setembro)

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Ainda assim ganhamos

Junte no mesmo caldeirão um adversário que quatro dias antes daquela manhã de domingo havia nos eliminado da Copa do Brasil com direito a confusão pós-jogo (pra nem falar do último lance da ida), um técnico que não perdia para o Palmeiras desde 2009 e a possibilidade de assumir, ainda que de maneira provisória, a liderança do campeonato. O Palmeiras sentiria a pressão, mesmo contra um time celeste reserva?

Não sentiu. Abriu o placar, sofreu o empate num pênalti escandaloso – Gustavo Gómez, que na partida anterior fizera o gol da vitória contra o Sport sem que o auxiliar de linha visse (por sorte Willian não desperdiçou o rebote), pôs a mão na bola claramente fora da área. Mas, né?

Tudo bem. Ainda no primeiro tempo, Hyoran faria seu segundo gol de cabeça no campeonato (!) e na segunda etapa Gustavo Gómez de pênalti fecharia o placar. O Palmeiras almoçava em primeiro e secava o São Paulo à tarde. Deu certo: o Botafogo segurou o empate contra o tricolor e pela primeira vez o cavalinho verde era o primeiro a aparecer na corrida do Fantástico. De lá não mais sairia.

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São Paulo 0x2 Palmeiras (6 de outubro)

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Fantasma exorcizado. Foto: Joca Duarte

Muitos dizem que depois desse jogo já gritaram campeão. Não foi meu caso – eu sofro até o último instante – mas em retrospectiva dava para entender quem o fez. Dezesseis anos, seis meses e dezesseis dias de jejum no Morumbi caíam por terra em atuação segura de um time que veria a liderança conquistada na rodada anterior virar pó. Pela terceira rodada seguida houve um lance bizarro não apontado a nosso favor; desta vez, a defesa de Sidão fora da área antes dos dez minutos. Ainda assim, a fatura foi liquidada já no primeiro tempo em duas cabeçadas certeiras (a de Gustavo Gómez, certamente; a de Deyverson, nem tanto mas o goleirão ajudou). No segundo, só não houve olé porque a torcida era única e adversária. Adeus, tabu!

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Vasco 0x1 Palmeiras (25 de novembro)

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Depois de trabalhar, um pouco de descanso no Rio. Foto: Daniel Castelo Branco

Visto de maneira isolada, não foi um dos jogos mais empolgantes do torneio. Mas é aquele do qual nos lembraremos em algumas décadas, o jogo da décima estrela. O Flamengo tentou adiar, livrando-se muito bem de uma semana difícil contra Grêmio em casa e Cruzeiro fora, mas eles ainda precisavam que o cruz-maltino segurasse o alviverde. Não conseguiram: sem forçar demais, o Palmeiras encontrou uma brecha num lindo lançamento de Dudu para Willian servir Deyverson com um toque de Hollywood – o lance em que o herói sucumbe para trazer a glória a seu povo. Cuide bem de seu ligamento cruzado, Bigode, estes meses parados certamente não terão sido em vão.

Dois anos depois, de novo o Palmeiras tocava o céu na penúltima rodada do campeonato. E, ao contrário do que ocorreu em 2016, quando nem dois dias se passaram para que a alegria assumisse um gosto embaraçoso com a queda do avião da Chapecoense, dessa vez a festa pôde ir até o fim do torneio, uma semana depois, antes de se transformar no doce orgulho de ser por enquanto o único e para sempre o primeiro clube dez vezes campeão brasileiro.

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