Com uma apresentação praticamente irretocável na parte defensiva e jogando com o regulamento debaixo do braço, o Palmeiras volta da capital gaúcha trazendo não só a vitória e os dois gols marcados fora de casa. Traz também a moral resgatada, de um clube que jamais deixará de ser um gigante do futebol, por mais que forças alheias façam de tudo para manchar essa história.
A impressão que fica da partida de hoje é justamente a de que o Palmeiras tem focado muita energia e atenção nos assuntos errados. Torcida, dirigentes, jogadores e técnicos parecem se preocupar demais com todo o resto que envolve o futebol ao invés de olharem para si mesmos.
O Palmeiras nunca precisou de ajuda de arbitragem ou bastidor pois sempre ganhou na bola. O que falta ao Palmeiras é resgatar essa confiança. A confiança e segurança de que, dentro de campo, basta ao Palmeiras ser Palmeiras, pois o resto, nossa tradição, raízes e história se encarregam de contar.
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A partida começou tensa para as duas equipes. O Palmeiras foi a campo em um surpreendente 3-5-2, com Artur preso à marcação, Henrique jogando de líbero e Márcio Araújo no banco (até que enfim). Já o Grêmio, apostava em Kleber e um Olímpico lotado.
Mais preocupados em não tomar gol, Palmeiras e Grêmio fizeram um um primeiro tempo de poucas chances de gol, muita marcação e pouca emoção. O Grêmio foi levemente superior, teve mais a bola no pé, mas não assustou a zaga verde.
A bola pouco chegava ao ataque palmeirense, e quando chegava, era recuperada pelo Grêmio com facilidade. Barcos pouco apareceu na primeira etapa, muito pelos insistentes (e irritantes) erros de Marcos Assunção na saída de bola, bem como pela atuação sofrível de Daniel Carvalho.
Na segunda etapa, o panorama se manteve o mesmo do primeiro tempo até os 15 minutos. As entradas de Marcelo Moreno, André Lima e Rondinely deram mais volume ofensivo ao Grêmio, mas também fizeram surgir mais espaços para o Palmeiras. A partida ganhou em emoção, com chances um pouco mais agudas para ambos os times.
Aos 40 minutos, Felipão resolveu mexer na equipe, tirando um inoperante Daniel Carvalho para a entrada de um iluminado Mazinho, que com apenas 1 minuto em campo recebeu passe açucarado de Cicinho (!) para silenciar os 45mil gremistas presentes no Olímpico.
Não satisfeito, o Palmeiras mau permitiu que o Grêmio se reorganizasse e fez o segundo, com Barcos, após bom cruzamento de Juninho.
Vitória importantíssima, alívio e esperança. Uma noite para o torcedor palestrino não esquecer tão cedo.
– Bruno: foi muito bem quando exigido – 8
– Artur: perfeito na marcação, jogou mais como zagueiro do que lateral – 7,5
– M.Ramos: discreto e com poucas faltas, foi bem – 7,5
– Henrique: atravessa grande fase, e arrisco dizer que neste momento volta a merecer atenção de Mano Menezes. Melhor em campo – 9
– T.Heleno: anulou Kleber no primeiro tempo e trocou de lado com M.Ramos depois que tomou o amarelo. Boa partida – 8
– J.Vitor: Mais preso a marcação, fez uma partida tranquila – 7
– Assunção: errou praticamente todos os passes no primeiro tempo, devolvendo a posse de bola ao Grêmio constantemente. Melhorou de leve na segunda etapa mas não o suficiente para escapar de ter sido o pior em campo – 4,5
– D.Carvalho: praticamente atrasou todas as jogadas em que participou, errou passes e nada produziu ofensivamente – 5
– Luan: um monstro na disposição e aplicação tática. Pena que lhe falta técnica – 7
– Barcos: no primeiro tempo não conseguiu segura a bola no ataque. Teve três boas chances e deixou o dele – 8
– Cicinho: um passe redentor para o gol de Mazinho após um longo período de atuações pífias – 7,5
– Mazinho: entrou para fazer o gol mais importante de sua carreira até agora – 8
– Felipão: pode-se acusá-lo de muitas coisas, menos de omisso. Nesse ponto, queimou a língua do editor que vos escreve. A vitória de hoje teve a cara dele. Desde a escalação surpreendente, até as mexidas com a estrela de um técnico de alma vencedora – 8,5
FICHA TÉCNICA
GRÊMIO 0 x 2 PALMEIRAS
Local: Olímpico, Porto Alegre (RS)
Data/Hora – 13/06/2012 – 21h50 (de Brasília)
Árbitro: Héber Roberto Lopes (Fifa-PR)
Auxiliares: Carlos Berkenbrock (Fifa-SC) e Fabrício Vilarinho da Silva (Fifa-GO)
Cartões amarelos: Thiago Heleno, Marcos Assunção e João Vitor (PAL)
Cartões vermelhos: nenhum
Renda e público: R$ 1.080.106,00 / 43.508 pagantes
GOLS: Mazinho, 42’/2ºT (0-2); Barcos, 45’/2ºT (0-2);
GRÊMIO: Victor; Gabriel, Gilberto Silva, Werley e Pará; Fernando, Souza, Léo Gago e Marco Antônio (Rondinelly, 30’/2ºT); Miralles (Marcelo Moreno, 15’/2ºT) e Kleber (André Lima, 15’/2ºT). Técnico: Vanderlei Luxemburgo
PALMEIRAS: Bruno, Maurício Ramos, Henrique e Thiago Heleno; Artur (Cicinho, 19’/2ºT), João Vitor, Marcos Assunção, Daniel Carvalho (Mazinho, 40’2ºT) e Juninho; Luan e Barcis. Técnico: Luiz Felipe Scolari